Discurso

Discurso da PM na Cidade do Cabo: 28 de agosto de 2018

A Primeira-Ministra Theresa May fala sobre a cria莽茫o de uma nova parceria entre o Reino Unido e a 脕frica no interesse de ambas as partes.

Isto foi publicado no 芒mbito do 2016 to 2019 May Conservative government
PM May

Bom dia a todos e muito obrigada por terem vindo juntar-se a n贸s hoje. 脡 um grande prazer estar aqui na Cidade do Cabo, uma cidade cujo passado recente lhe confere uma resson芒ncia especial para muitos em todo o mundo e que simboliza a transforma莽茫o vivida pela 脕frica do Sul.

Na ba铆a fica Robben Island, onde durante tanto tempo muitos estiveram injustamente presos por sonharem com um pa铆s no qual a cor da sua pele n茫o afetaria os seus direitos e oportunidades.

O mais importante de entre eles foi, naturalmente, Nelson Mandela. Quando o mundo assinalou o 100潞 anivers谩rio do seu nascimento no in铆cio deste ano, foi inaugurado um monumento ao grande homem em Westminster Abbey. Ali se encontra junto a homenagens a reis e rainhas, poetas e cientistas que moldaram a hist贸ria da minha na莽茫o 鈥 um reconhecimento apropriado do impacto duradouro que Mandela teve no mundo.

A caminhada at茅 脿 liberdade de Mandela 鈥 e a da 脕frica do Sul 鈥 foi longa e 谩rdua. Mas h谩 28 anos, a pouco mais de um quil贸metro e meio desta C芒mara Municipal da Cidade do Cabo, falou pela primeira vez ap贸s a sua liberta莽茫o de d茅cadas na pris茫o.

Quatro anos depois, na Grand Parade, o rec茅m-empossado presidente da 脕frica do Sul falou da sua elei莽茫o, n茫o como uma vit贸ria do partido, mas do povo. Do poder da democracia e da necessidade de unidade, da igualdade e dos direitos universais.

Falou sobre a necessidade de transformar n茫o s贸 a cultura e a pol铆tica da 脕frica do Sul, como tamb茅m a sua economia. Do seu desejo de 鈥渢ransformar a 脕frica do Sul de um pa铆s no qual a maioria vivia com pouca esperan莽a, num pa铆s no qual todos possam viver e trabalhar com dignidade, com um sentido de autoestima e confian莽a no futuro 鈥 construindo uma vida melhor de oportunidades, liberdade e prosperidade.鈥 Era uma vis茫o ousada, partilhada n茫o s贸 por milh玫es de sul-africanos mas por centenas de milh玫es de pessoas em todo o mundo.

Pessoas incluindo Kofi Annan. O seu percurso improv谩vel a partir dos sub煤rbios do Gana at茅 脿 lideran莽a global seguiu um rumo muito diferente do de Mandela. Contudo, tal como o vosso antigo presidente, o impacto, a influ锚ncia e os valores de Annan propagaram-se muito para al茅m das fronteiras da sua amada p谩tria. E, tal como Mandela, o mundo tornou-se num lugar mais pobre devido 脿 sua morte 鈥 mas muito mais rico devido ao seu legado.

As hist贸rias da vida destes dois grandes homens abrangem os altos e baixos da hist贸ria. Demonstram o que pode ser alcan莽ado no decorrer de uma vida. Mas tamb茅m que o progresso nunca pode ser dado por adquirido 鈥 a luta para proteger os nossos ganhos 茅 constante.

Mandela nasceu em 1918 com o mundo 脿 beira da paz, no final de uma guerra destinada a acabar com todas as guerras. Mas quando Annan nasceu, apenas vinte anos mais tarde, esses sonhos de uma paz duradoura estavam prestes a ser novamente destru铆dos, com a perda de milh玫es de vidas, incluindo muitas deste continente.

Foi no rescaldo dessa devasta莽茫o que a ONU 鈥 a organiza莽茫o que meio s茅culo mais tarde Annan iria liderar 鈥 foi fundada. Apesar de falsas partidas e erros pelo caminho, as institui莽玫es globais e a coopera莽茫o estabelecidas durante esse per铆odo proporcionaram grandes benef铆cios ao desenvolvimento.

Foi, na mesma altura, que os movimentos de independ锚ncia de uma gera莽茫o de novas na莽玫es assumiram uma urg锚ncia renovada. As pessoas em todo o mundo conquistaram o direito 脿 autodetermina莽茫o, foram escritas constitui莽玫es e nasceram pa铆ses.

E a ado莽茫o dos mercados livres e do livre com茅rcio, que se aceleraram ainda mais com o final da Guerra Fria, atuou como o maior agente do progresso humano coletivo que o mundo jamais viu. Nos pa铆ses que adotaram com sucesso as economias de mercado adequadamente regulamentadas, a expectativa de vida aumentou e a mortalidade infantil caiu. A pobreza absoluta diminuiu e o rendimento dispon铆vel aumentou. O acesso 脿 educa莽茫o alargou-se e as taxas de analfabetismo ca铆ram drasticamente. E os inovadores desenvolveram tecnologia que transformou vidas.

O progresso que fizemos no 煤ltimo s茅culo 茅 not谩vel. As oportunidades para a pr贸xima gera莽茫o ainda mais. Mas, para cumprir essa promessa, temos de identificar novos desafios.

Enquanto a guerra e os conflitos baseados no estado diminu铆ram, novas amea莽as substitu铆ram-nos. Nos 煤ltimos cinco anos, terroristas mataram cerca de 20.000 pessoas em 脕frica 鈥 do cerco ao centro comercial Westgate de Nairobi em 2013 ao horr铆vel ataque com um cami茫o-bomba em Mogad铆scio no ano passado aos ataques da Al-Qaeda no Burkina Faso em mar莽o. Seja na Europa ou em 脕frica, agentes n茫o estatais est茫o a amea莽ar as nossas vidas e a radicalizar os nossos povos.

E, hoje em dia, a atividade estatal maligna est谩 a aumentar 鈥 desde ataques cibern茅ticos 脿s infraestruturas e 脿s institui莽玫es nacionais at茅 脿 utiliza莽茫o de armas qu铆micas nas ruas do Reino Unido e da S铆ria. Embora o com茅rcio livre e a globaliza莽茫o tenham trazido enormes benef铆cios, estes n茫o se t锚m feito sentir por todos, e demasiados dos nossos cidad茫os temem ser deixados para tr谩s. Desde a grande Crise Financeira de 2008 at茅 脿 chegada da intelig锚ncia artificial em substitui莽茫o da m茫o-de-obra humana, muitas pessoas t锚m vindo a questionar o modelo do desenvolvimento econ贸mico que procuramos defender. E ao enfrentarmos essas quest玫es preocupantes, a capacidade dos governos, antigos e novos, de fornecer as respostas est谩 a ser desafiada.

Para alguns, a solu莽茫o est谩 em procurar travar ou reverter a mudan莽a. Pondo em causa as institui莽玫es de coopera莽茫o global, reconstruindo barreiras ao com茅rcio, considerando a concorr锚ncia global como um jogo de soma zero.

N茫o concordo.

Porque estes n茫o s茫o desafios enfrentados por uma 煤nica na莽茫o sozinha.

A ideologia que inspira os cru茅is ataques terroristas n茫o respeita as fronteiras. Um ataque de armas qu铆micas n茫o s贸 prejudica as suas v铆timas como enfraquece as regras que nos protegem de tal comportamento. Num mundo mais conectado, temos todos de lidar com as consequ锚ncias, para o bem e para o mal, do aumento da mobilidade 鈥 n茫o apenas de pessoas atrav茅s dos fluxos de migra莽茫o, mas tamb茅m do dinheiro, dos dados, da ideologia. E devemos reconhecer que a concorr锚ncia e a coopera莽茫o n茫o s茫o incompat铆veis. Podem refor莽ar-se mutuamente.

Portanto est谩 na hora de as na莽玫es do mundo se unirem. Cooperarem. Considerarem a concorr锚ncia internacional como um processo do qual ambos os lados podem beneficiar. Colaborarem como parceiros, partilhando as suas compet锚ncias, a sua experi锚ncia e os seus recursos para lidar com os desafios que enfrentamos, conter e direcionar as for莽as que moldam o mundo e proporcionar a prosperidade, a seguran莽a e o sucesso de todos os nossos povos.

Esta semana vou visitar tr锚s pa铆ses 鈥 a 脕frica do Sul, a Nig茅ria e o Qu茅nia 鈥 que considero parceiros-chave em alcan莽ar esta meta. Com pr贸speras democracias, fortes la莽os internacionais, inclusive por via da Commonwealth, e economias em r谩pida mudan莽a, estes pa铆ses s茫o t铆picos da 脕frica do s茅culo XXI. Uma 脕frica bem diferente dos estere贸tipos que dominaram os s茅culos anteriores e nos quais algumas pessoas ainda hoje acreditam.

Em 2018, cinco das economias de crescimento mais r谩pido s茫o africanas. 脡 bem poss铆vel que o PIB total do continente duplique entre 2015 e 2030. At茅 2050, um quarto da popula莽茫o mundial e um quarto dos consumidores mundiais viver茫o aqui.

Desde o Cabo Ocidental ao Mediterr芒neo chegam relatos de um aumento de estabilidade, crescimento, inova莽茫o e esperan莽a.

A 脕frica do Sul, durante tanto tempo afetada pelos males do Apartheid, 茅 agora um pa铆s livre, democr谩tico e a sede de uma das maiores economias do continente.

Na Costa do Marfim, as for莽as da paz das Na莽玫es Unidas regressaram a casa e o PIB est谩 a crescer tr锚s vezes mais rapidamente do que na Europa.

E a Eti贸pia 鈥 para uma gera莽茫o de brit芒nicos frequentemente associada apenas 脿 fome 鈥 est谩 a tornar-se rapidamente numa na莽茫o industrializada, criando um grande n煤mero de empregos e estabelecendo-se como um destino global para o investimento.

No entanto, numa situa莽茫o conhecida de na莽玫es em todo o mundo, o progresso n茫o tem sido uniforme. Al茅m das democracias emergentes e das economias em crescimento, a 脕frica abriga a maioria dos estados fr谩geis do mundo e um quarto das pessoas deslocadas do mundo.

Grupos extremistas como o Boko Haram e al-Shabab est茫o a matar milhares de pessoas. A economia mar铆tima da 脕frica 鈥 tr锚s vezes o tamanho da sua massa terrestre 鈥 est谩 sob a amea莽a dos res铆duos de pl谩stico e de outro tipo de polui莽茫o.

A maioria das pessoas mais pobres do mundo 茅 africana. E o aumento da riqueza trouxe uma crescente desigualdade, tanto entre as na莽玫es como no seu seio. Por exemplo, grande parte da Nig茅ria est谩 a prosperar, com muitos indiv铆duos a usufruir dos frutos de uma economia ressurgente. No entanto, 87 milh玫es de nigerianos vivem com menos de $1,90 por dia 鈥 sendo o pa铆s com mais pessoas muito pobres do que qualquer outra na莽茫o do mundo.

Conseguir n茫o s贸 o crescimento mas o crescimento inclusivo 茅 um desafio enfrentado pelos governos do Reino Unido, Europa, Am茅rica do Norte e al茅m. E, 脿 medida que as economias africanas se tornam mais bem-sucedidas, esta 茅 uma quest茫o que est谩 a ser defrontada tamb茅m aqui.

Porque, nos pr贸ximos anos, a mudan莽a demogr谩fica produzir谩 mais desafios econ贸micos e oportunidades para este continente. Antes da minha chegada aqui esta manh茫, visitei a escola secund谩ria ID Mkize em Gugulethu. Os adolescentes que conheci foram uma inspira莽茫o, cheios de ideias e entusiasmo pelo seu pr贸prio futuro e cheios de orgulho pelo futuro do seu pa铆s e do seu continente.

脡 uma vis茫o que partilham com tantos africanos, 60 por cento dos quais com menos de 25 anos de idade. Uma popula莽茫o t茫o nova representa um n铆vel fenomenal de capital e potencial humano. Com a sua inova莽茫o, dinamismo e criatividade, os jovens de 脕frica poderiam n茫o s贸 enriquecer este continente como a economia mundial e a sociedade em geral.

Mas para tirar pleno partido desta promessa, esta deve ser devidamente aproveitada. Entre agora e 2035, as na莽玫es africanas ter茫o de criar anualmente 18 milh玫es de empregos novos, s贸 para acompanhar o r谩pido crescimento da popula莽茫o. Isso representa quase 50.000 empregos por dia, simplesmente para manter o emprego ao n铆vel atual.

Isso seria um enorme desafio para qualquer continente, 茅 ainda mais para um continente no qual o crescimento econ贸mico 茅 ainda fr谩gil e onde os mercados ainda se encontram em desenvolvimento. E 茅 revelador da necessidade de redobrar os nossos esfor莽os para garantir que as for莽as que moldam o nosso mundo produzam resultados para todos os nossos povos. Porque os desafios que a 脕frica enfrenta n茫o s茫o s贸 da 脕frica. 脡 do interesse do mundo verificar que esses empregos s茫o criados, combater as causas e os sintomas do extremismo e da instabilidade, lidar com os fluxos migrat贸rios e fomentar o crescimento limpo.

Se n茫o o fizermos, os impactos econ贸micos e ambientais atingir茫o rapidamente todos os cantos do nosso mundo ligado em rede. E os impactos humanos 鈥 desde uma perda de confian莽a nos mercados livres e na democracia como a melhor forma de garantir o crescimento global e os direitos humanos, a um maior conflito e a um aumento da suscetibilidade ao extremismo 鈥 ser茫o igualmente globais.

脡 por isso que quero criar uma nova parceria entre o Reino Unido e os nossos amigos em 脕frica, constru铆da em torno da nossa prosperidade e seguran莽a partilhadas.

Como Primeira-Ministra de uma na莽茫o comercial, cujo sucesso depende dos mercados globais, quero ver economias fortes africanas com as quais as empresas brit芒nicas possam fazer neg贸cios de uma forma livre e justa. Seja atrav茅s da cria莽茫o de novos clientes para os exportadores brit芒nicos ou de oportunidades para os investidores brit芒nicos, a nossa economia global integrada significa que economias africanas saud谩veis s茫o uma boa not铆cia tanto para o povo brit芒nico como para o povo africano.

脡 por isso que tenho imenso prazer em confirmar hoje os planos para transpor o Acordo de Parceria Econ贸mica da Uni茫o Europeia com a Uni茫o Aduaneira da 脕frica Austral e Mo莽ambique, logo que o acordo da UE deixe de se aplicar ao Reino Unido.

Como uma Primeira-Ministra que acredita tanto nos mercados livres como nas na莽玫es e empresas que atuam em conformidade com normas e princ铆pios de conduta bem estabelecidos, quero demonstrar aos jovens africanos que o seu futuro mais promissor reside num setor privado livre e pr贸spero. Um futuro impulsionado e sustentado pela transpar锚ncia, por elevados padr玫es, pelo estado de direito e pela justi莽a. Apenas nessas circunst芒ncias pode a inova莽茫o ser realmente recompensada, o potencial dos indiv铆duos libertado e as sociedades receberem as oportunidades que desejam, precisam e merecem.

E como Primeira-Ministra de uma na莽茫o global, estou bem ciente de que a nossa seguran莽a dom茅stica est谩 dependente da estabilidade em todo o mundo e n茫o s贸 da nossa vizinhan莽a imediata. Desde a redu莽茫o dos promotores da migra莽茫o ilegal 脿 recusa de ref煤gio aos terroristas que atingir茫o as nossas costas, em 2018 a seguran莽a africana e a seguran莽a brit芒nica encontram-se indissoluvelmente ligadas e mutuamente dependentes. 脡 uma das raz玫es pelas quais continuo a apoiar os pedidos de uma presen莽a africana permanente no Conselho de Seguran莽a da ONU.

H谩, naturalmente, um elemento de interesse pr贸prio nacional no que estou a propor. Quero fazer o que est谩 certo para o meu pa铆s, tal como o Presidente Ramaphosa quer o melhor para a 脕frica do Sul.

E n茫o vejo qualquer distin莽茫o entre o interesse pr贸prio nacional e a coopera莽茫o global. Pois quando o sistema multilateral funciona, f谩-lo em nome dos estados-na莽茫o e do nosso povo, permitindo-nos aproveitar o melhor que cada um tem para oferecer, impedindo que os grandes dominem os pequenos, e refor莽ando a justi莽a, a transpar锚ncia e o estado de direito.

N茫o se trata de ampliar a influ锚ncia geopol铆tica ou de criar relacionamentos dependentes desequilibrados. Trata-se de o Reino Unido procurar colaborar mais estreitamente com mais de 50 na莽玫es de 脕frica para garantir a nossa seguran莽a e prosperidade partilhadas, e assim refor莽ar um sistema global que seja capaz de proporcionar benef铆cios duradouros para todos.

No cerne dessa parceria dever谩 estar a cria莽茫o de emprego. Todos os l铆deres africanos, com quem falo, identificam o emprego como a principal exig锚ncia do seu povo e a sua mais importante prioridade pol铆tica. De facto, a cria莽茫o de emprego est谩 tamb茅m colocada no centro da minha ordem do dia no Reino Unido.
脡 o setor privado que constitui a chave para fomentar o crescimento que proporcionar谩 esse emprego 鈥 transformando os nossos mercados de trabalho e libertando o esp铆rito empreendedor. E o Reino Unido possui as empresas que podem investir e negociar com a 脕frica para fazer precisamente isso.

Contudo, por v谩rios motivos, o setor privado ainda n茫o conseguiu proporcionar os postos de trabalho e o investimento de que muitos pa铆ses africanos precisam.

Por isso quero colocar o nosso or莽amento de desenvolvimento e experi锚ncia no centro da nossa parceria como parte de uma nova abordagem ambiciosa 鈥 e us谩-lo para apoiar o setor privado a criar ra铆zes e a crescer.

E hoje posso anunciar uma nova ambi莽茫o: at茅 2022, quero que o Reino Unido seja o principal investidor dos pa铆ses do G7 em 脕frica, com as empresas do setor privado da Gr茫-Bretanha a assumir a lideran莽a no investimento de milhares de milh玫es que ver茫o as economias africanas crescer aos bili玫es.

Dispomos das ferramentas para o fazer. A City de Londres faz com que o Reino Unido seja o centro global inigual谩vel para o investimento internacional, com mais de 8 bili玫es de libras esterlinas em ativos sob gest茫o. Somos um centro de excel锚ncia da ci锚ncia e da tecnologia bem como da defesa, diplomacia e desenvolvimento de craveira mundial. Somos um parceiro de confian莽a e confi谩vel: o nosso sistema jur铆dico 茅 incompar谩vel, e tem algumas das mais r铆gidas leis anticorrup莽茫o do mundo. Quando as nossas empresas ficam aqu茅m das expectativas, t锚m de prestar contas nos tribunais, se necess谩rio. E o nosso empenho em libertar e abrir o com茅rcio ao abrigo da ordem baseada em regras significa que os nossos parceiros internacionais sabem que ser茫o tratados de forma justa.

Por isso, um foco impulsionador do nosso programa de desenvolvimento ser谩 garantir que os governos da 脕frica possuam o ambiente, conhecimentos, institui莽玫es e apoio para atrair investimentos sustent谩veis de longo prazo no futuro da 脕frica e dos africanos.

E para ajudar a promover esses investimentos, posso hoje anunciar um programa adicional de investimento do Reino Unido de 4 mil milh玫es de libras esterlinas nas economias africanas que abrir谩 caminho para, no m铆nimo, outros 4 mil milh玫es de libras de financiamento do setor privado.

Isso inclui, pela primeira vez, uma ambi莽茫o da Development Finance Institution [Institui莽茫o Financeira de Desenvolvimento] do Reino Unido, a CDC, de investir 3,5 mil milh玫es de libras esterlinas nos pa铆ses africanos nos pr贸ximos quatro anos. E no pr贸ximo ano, Londres acolher谩 uma Cimeira de Investimento em 脕frica, que ajudar谩 os investidores e os governos africanos a forjar la莽os mais estreitos entre si. E porque os mercados e as economias precisam tanto de pessoas como de capital, partilharemos tamb茅m a nossa experi锚ncia 鈥 apoiando os pa铆ses parceiros a desenvolver os seus ambientes e institui莽玫es comerciais, a integrar-se nas cadeias de valor globais, a desenvolver rela莽玫es com os investidores e a lutar contra os entraves ao crescimento.

Para faz锚-lo, expandiremos radicalmente a presen莽a do governo do Reino Unido em 脕frica, abrindo novas miss玫es e trazendo especialistas comerciais, especialistas de investimento e outros especialistas em pol铆tica.

Continuaremos a investir no capital humano que sustenta a prosperidade futura, assegurando que os jovens africanos, homens e mulheres, tenham acesso 脿 educa莽茫o, aos cuidados de sa煤de e 脿s compet锚ncias de qualidade, de que necessitam para realizarem o seu potencial.

E usaremos a nossa influ锚ncia e posi莽茫o global para incentivar outras na莽玫es desenvolvidas e as institui莽玫es globais, das quais somos um membro l铆der, a adotar a mesma abordagem.

A capacidade para o fazer 鈥 trazer para a mesa muito mais do que apenas o financiamento do governo 鈥 茅 o que distingue o programa de desenvolvimento do Reino Unido como sendo t茫o eficaz.

A ajuda 茅 uma parte crucial da equa莽茫o mas 茅 acompanhada pela nossa capacidade de alavancar enormes montantes de investimento do setor privado a partir dos nossos mercados de capitais. Pelos nossos servi莽os profissionais de classe mundial. Pela nossa experi锚ncia incompar谩vel nos servi莽os financeiros e na educa莽茫o. Pelo nosso investimento na ci锚ncia e investiga莽茫o e pela experi锚ncia de algumas das empresas mais inovadoras do mundo.

E tudo isto 茅 sustentado pelo nosso respeitado sistema jur铆dico, padr玫es regulamentares e valores: os investidores brit芒nicos respeitam as pr谩ticas 茅ticas, cumprem as leis locais, contribuem para as economias locais e desenvolvem uma capacidade local a longo prazo.

Assim, embora n茫o possamos competir com o poder econ贸mico de alguns governos estrangeiros que investem em 脕frica, podemos no entanto oferecer o investimento a longo prazo da mais elevada qualidade e amplitude. Algo que proporcione mais benef铆cios aos africanos por mais tempo e que pode apenas ser conseguido quando o governo e o setor privado trabalham em conjunto.

Ao mesmo tempo, o investimento n茫o pode ser atra铆do nem o crescimento alcan莽ado na aus锚ncia da seguran莽a e da estabilidade que esta traz. Assim, necessitamos tamb茅m de direcionar a nossa ajuda ao desenvolvimento para estabelecer essa estabilidade e lutar contra os fatores promotores da fragilidade. At茅 2030, 80 por cento das pessoas extremamente pobres ir茫o viver em estados fr谩geis. Mesmo nos pa铆ses considerados relativamente est谩veis e pr贸speros, continuam a existir bolsas de fragilidade.

O Reino Unido j谩 est谩 a prestar apoio aos governos africanos que est茫o a enfrentar esse desafio. As tropas nigerianas na linha de frente contra o Boko Haram receberam treino especializado da Gr茫-Bretanha. As opera莽玫es de contraterrorismo no Mali est茫o ser apoiadas por helic贸pteros Chinook brit芒nicos. As tropas brit芒nicas no Qu茅nia treinaram as for莽as da paz da Uni茫o Africana que rumou 脿 Som谩lia, trabalhando ao mesmo tempo com os parceiros internacionais para reformar as for莽as de seguran莽a da Som谩lia a longo prazo.

As autoridades respons谩veis pela aplica莽茫o da lei no Reino Unido trabalham em estreita colabora莽茫o com os seus hom贸logos em toda a 脕frica para lutar contra a amea莽a desestabilizadora do crime organizado, desde os traficantes de pessoas aos traficantes de droga.

Mas a resposta aos desafios de seguran莽a n茫o 茅 puramente militar ou operacional 鈥 茅 tamb茅m pol铆tica. A nova parceria que estou a propor significa colaborar com os l铆deres africanos que est茫o a fomentar o progresso, enfrentando os desafios pol铆ticos e os interesses pessoais de modo a assegurar que os benef铆cios fluam para todos os seus povos. E significa erigir fortes institui莽玫es e ajudar a desenvolver a confian莽a entre essas institui莽玫es e as pessoas que s茫o governadas por elas.

Porque 茅 dessas institui莽玫es 鈥 os blocos de constru莽茫o dos estados-na莽茫o 鈥 que, no final de contas, fluem todos os benef铆cios que hoje descrevi. Sem a estabilidade e a certeza fornecidas por sistemas jur铆dicos fi谩veis, contratos vinculativos, padr玫es reconhecidos etc., 茅 imposs铆vel para as empresas respons谩veis do setor privado efetuarem investimentos de longo prazo. 脡 imposs铆vel para as economias criarem um n煤mero suficiente de empregos qualificados. E o crescimento n茫o pode ser justo e inclusivo se os mercados, quer sejam nacionais ou internacionais, n茫o forem regidos por regras transparentes e eficazes que sejam ativamente aplicadas.

Isso 茅 especialmente importante na luta contra a corrup莽茫o e o dinheiro sujo, ambos os quais podem vir a afastar o desenvolvimento do seu caminho, minando o estado de direito e desviando o dinheiro para fora da economia. 脡 por isso que, ainda esta semana, o Reino Unido assinar谩 um novo acordo para repatriar enormes quantias de dinheiro que foram ilegalmente retiradas do Qu茅nia 鈥 permitindo que esse dinheiro seja devolvido aos seus leg铆timos propriet谩rios e investido no futuro do seu pa铆s.

E temos tamb茅m de apoiar os governos, enquanto trabalham para assegurar que o desenvolvimento n茫o seja dificultado por outras amea莽as. Isso passa por refor莽ar a resist锚ncia contra as altera莽玫es clim谩ticas e fazer face aos desafios demogr谩ficos, mediante a capacita莽茫o das mulheres e das raparigas com o acesso ao planeamento familiar moderno, volunt谩rio e seguro, permitindo o acesso 脿 educa莽茫o e 脿s compet锚ncias. Ao estabelecer esta nova parceria com 脕frica, estou a fazer uma proposta mais ampla sobre a forma como iremos utilizar a nossa ajuda ao desenvolvimento a n铆vel mundial, liderada pela minha excelente Ministra do Desenvolvimento Internacional, Penny Mordaunt.

E ao reorientarmos o nosso programa de desenvolvimento, quero ser clara: a ajuda externa funciona. Desde 2015, a ajuda do Reino Unido em todo o mundo serviu para que mais de 37 milh玫es de crian莽as fossem vacinadas, salvando mais de 600.000 vidas. Ajud谩mos quase 11,5 milh玫es de jovens a obter uma educa莽茫o e demos a mais de 40 milh玫es de pessoas acesso a 谩gua pot谩vel ou a saneamento adequado. Enquanto estou aqui hoje, pessoas da Rep煤blica Democrata do Congo est茫o a ser tratadas com uma vacina para o 脡bola desenvolvida com o apoio do Reino Unido.

O papel do Reino Unido no desenvolvimento internacional 茅 algo de que estou muito orgulhosa, tal como considero que o pa铆s como um todo deveria estar. Continuaremos a ser um promotor global do investimentoem mat茅ria de ajuda, aux铆lio humanit谩rio e desenvolvimento internacional. Continuaremos o nosso compromisso de gastar 0,7 por cento do rendimento nacional bruto na ajuda oficial ao desenvolvimento. E n茫o vacilaremos nos nossos esfor莽os para realizar os Objetivos de Desenvolvimento Sustent谩vel.

Mas tamb茅m n茫o tenho vergonha da necessidade de assegurar que o nosso programa de ajuda funcione no Reino Unido. Por isso, hoje, comprometo-me a que as nossas despesas de desenvolvimento n茫o s贸 combatam a pobreza extrema como fa莽am frente aos desafios globais e apoiem os nossos pr贸prios interesses nacionais, o que assegurar谩 que o nosso investimento na ajuda ao desenvolvimento nos beneficie a todos e que esteja totalmente em conformidade com as nossas prioridades mais amplas de seguran莽a nacional.

Na pr谩tica, isso significar谩 ajudar os mercados fronteiri莽os em r谩pido crescimento, tal como a Costa de Marfim e o Senegal, a sustentar o seu progresso de desenvolvimento e a criar oportunidades para os investidores, incluindo as empresas brit芒nicas.

Significar谩 tamb茅m o apoio aos pa铆ses e 脿s sociedades na linha da frente da instabilidade em todas as suas formas. Portanto investiremos mais em pa铆ses como o Mali, o Chade e o N铆ger, que est茫o a travar uma batalha contra o terrorismo no Sahel 鈥 incluindo atrav茅s da abertura de novas embaixadas no N铆ger e no Chade e tendo uma presen莽a muito maior no Mali.

Faremos mais em rela莽茫o a pa铆ses como a Jord芒nia, que est茫o a enfrentar a amea莽a da dispers茫o do Daesh e o fardo do tr谩gico conflito na sua fronteira com a S铆ria, e refor莽aremos as democracias que est茫o a enfrentar amea莽as de outros Estados, tal como fizemos recentemente atrav茅s da nossa cimeira dos Balc茫s Ocidentais.

Utilizaremos o nosso programa de ajuda para apoiar um importante novo combate ao financiamento il铆cito e ao crime organizado, colocando especialistas em centros financeiros por todo o mundo e aumentando o nosso trabalho com os agentes da aplica莽茫o da lei para devolver muitos dos milhares de milh玫es de d贸lares que foram roubados de pa铆ses de 脕frica e de outros lugares.

E investiremos mais recursos para combater a migra莽茫o ilegal, a escravid茫o moderna e o tr谩fico de pessoas.

Essas novas prioridades representar茫o uma mudan莽a estrat茅gica fundamental na forma como utilizamos o nosso programa de ajuda, colocando o desenvolvimento no centro da nossa agenda internacional 鈥 n茫o s贸 protegendo e apoiando as pessoas mais vulner谩veis como tamb茅m refor莽ando os estados amea莽ados, moldando uma economia global que beneficie todos, e desenvolvendo a coopera莽茫o a n铆vel mundial no apoio ao sistema baseado em regras.

Utilizaremos os nossos planos de despesas futuras para estabelecer estas propostas com mais pormenor. Nas verdadeiras parcerias n茫o se trata de uma parte dar ordens 脿 outra, mas de Estados, governos, empresas e indiv铆duos trabalharem em conjunto de uma forma respons谩vel para alcan莽ar objetivos comuns. Proporcionar um tal 锚xito a longo prazo n茫o ser谩 r谩pido nem f谩cil. Mas estou empenhada em 脕frica e empenhada em utilizar todas as alavancas do governo brit芒nico para apoiar as parcerias e as ideias que trar茫o benef铆cios 脿s gera莽玫es vindouras.

Quando o Presidente Mandela se dirigiu 脿s multid玫es da Cidade do Cabo em 1994, falou n茫o s贸 do enorme desafio que a 脕frica do Sul tinha de enfrentar, como tamb茅m da sua certeza de que o povo deste pa铆s estaria 脿 altura de o enfrentar.

Enquanto o mundo mais uma vez enfrenta grandes incertezas, estou certa de que todos os nossos povos conseguir茫o estar 脿 altura do momento. Que, juntos, seremos bem-sucedidos em passar do desafio 脿 oportunidade. E que 鈥 como amigos, parceiros e iguais 鈥 conseguiremos assegurar um futuro mais pr贸spero para todos os nossos povos.

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Publicado a 28 agosto 2018
脷ltima atualiza莽茫o a 3 setembro 2018 show all updates
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